…eu estava num canto da rua, batendo papo, quando ví aquele aceno ao longe, e a reconheci. Acenei de volta, mas não era nada do que eu queria fazer: queria era ir até lá e parar alí um minuto ou dois que fossem, perguntar o que acontecia com ela, que eu sabia diferente. E ajudar no que possível, fazer-lhe alguma diferença. É estranho o mecanismo, esta lógica pela qual se vive e age: uma convenção (social, cultural, é só escolher) ter a força de evitar que se possa oferecer um cuidado, um afeto, um estou-aqui-se-precisar, para alguém de quem não se é tão íntimo ou coisa que o valha, mas que se conhece mais que o suficiente para admirar e querer bem. Oferta que ninguém, nem mesmo ela, entenderia direito, vinda de mim. É isso.