Conheci (via web, claro!) por acaso a obra de Richard Neutra, arquiteto vienense radicado nos EUA. A primeira coisa que chamou minha atenção (em que pese minha ignorância quase completa nesta área) é o uso abundante da luz natural, e uma sensação de integração ao meio – note que não há grandes interrupções entre o meio que circunda a obra e o interior da mesma, entre o construído e o pré-existente. O objetivo de muitos hoje – a tal integração – estava alí, como eu gostaria que estivesse: inperceptível. Eu queria morar em um espaço assim, não necessariamente tão amplo, mas igualmente integrado.
Resolvi pesquisar mais sobre o xará arquiteto, sua vida e obra. Descobri que Neutra possuía uma atenção constante, nestes projetos, com a influência positiva de seu design na saúde dos habitantes destes espaços, através da eliminação dos pontos de tensão entre o aparato humano (fisiológico, neurológico) e o ambiente natural. Há referências também ao uso de materiais inovadores, assim como métodos de construção e a prolongados estudos, no terreno que receberia a obra, da luz natural em vários horários do dia; não me aventuro a comentar, porém, estes aspectos (não sou arquiteto, afinal).
Para mim, basta a impressão interessante de espaço contínuo e natural que as obras alcançam; parecem-me à frente de seu tempo, e me fazem analisar os espaços que usamos hoje (50 anos depois). Por curiosidade, Neutra escreveu um livro onde revela a matiz de seu trabalho (“Survival Through Design”, de 1954), e existem vários estudos sobre a obra de Neutra e seu significado, encontrando relações da mesma até com a psicanálise (“Form Follows Libido: Architecture and Richard Neutra in a Psychoanalytic Culture”, de Sylvia Lavin); uma rápida pesquisa pelo nome do xará no google ou na amazon.com retorna uma lista enorme de resultados (na Amazon, são 807 resultados!)…